
— Maria Portuga

Durante evento com empresários e autoridades chinesas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou as reações negativas ao chamado “tarifaço” sobre produtos importados. A medida, que aumenta tributos sobre certos bens para proteger a indústria nacional, vem sendo criticada por setores do mercado e até aliados.
“Estão criando uma turbulência desnecessária. Quem não quiser participar da nossa política industrial, que saia. O Brasil precisa se proteger”, afirmou Lula.
Reforço à política industrial
A declaração foi feita durante o Fórum Econômico Brasil-China, realizado em São Paulo. O presidente aproveitou a presença de investidores asiáticos para reafirmar o compromisso com a reindustrialização e afirmou que o país não pode “continuar dependente de importações predatórias”.
O pacote tarifário é defendido pelo governo como forma de incentivar a produção nacional em setores como aço, tecnologia e automóveis elétricos.
Reações no mercado
Apesar da fala forte, a repercussão no setor empresarial foi dividida. Enquanto indústrias brasileiras comemoraram o reforço à produção local, entidades do comércio e empresas multinacionais criticaram o aumento de tarifas, alegando que ele pode encarecer produtos e afastar investimentos.
Analistas políticos destacam que a fala de Lula foi direcionada não só ao público externo, mas também como recado interno ao setor financeiro.